A Probabilidade Estatística Do Amor À Primeira Vista | Jennifer E. Smith N'O Reino Encantado de uma Leitora

A Probabilidade Estatística Do Amor À Primeira Vista | Jennifer E. Smith

8 de jan. de 2017




Por Larissa Almeida     
Em 08 de janeiro de 2017

E se? Três letrinhas com o peso das decisões. E se você pegar o metrô e não o ônibus? Sorrir para um estranho ou abaixar o rosto? E se Hadley tivesse saído de casa mais cedo? Quatro minutos. Duzentos e quarenta segundos. Por conta desse pequeno improviso cronológico, ela perde o voo. Mas encontra seu destino. Quem pode dizer que isso não faz parte de algum plano cósmico? Quando acorda naquela manhã, Hadley só pensa que aquele será o pior dia de sua vida. Sim, ela vai para Londres. Sim, a cidade parece ser tudo o que os folders de turismo prometem. Mas o que a espera a aterrizar em Heathrow não é a guarda da rainha. Nem o alegre badalar do Big Ben. É o fim de sua família. O novo casamento do pai - com uma sofisticada inglesa -, em meio a novos amigos, outros parentes. Uma vida sem ela. Com o excesso de bagagem afundando seu coração, ela espera outro avião. E acaba conhecendo Oliver, um britânico lindo que a ajuda com a mala. Tanto a física como a emocional. Num golpe de sorte, acaso, fatalidade ou fortuna, ele ocupa o assento ao lado. E ambos cruzam o Atlântico discutindo o futuro, sentimentos, Dickens, literatura, o estofo das nuvens. Ou dos sonhos. Mas depois de chegar a solo inglês, cada um segue seu rumo. Afinal, o que são algumas horas em meio à turbulência e ao péssimo serviço de bordo? Oliver e Hadley têm muito mais com que se preocupar do que o que declarar à aduana. Tudo não passou de um encontro fortuito, certo? Não trocaram telefones... Qual a probabilidade de se encontrarem de novo? Afinal, qual a probabilidade de terem se apaixonado... à primeira vista?
2ª Resenha do Reino Encantado

A Probabilidade Estatística Do Amor À Primeira Vista | Jennifer E. Smith | 2013 | Galera Records | 224 páginas

Favoritado!

Minha opinião sobre este livro:

Estava eu numa livraria, num dia que não me recordo qual agora, procurando livros novos para ler - apesar da minha lista de novas leituras estar sempre lotada... - e eis que me deparo com esta lindíssima (e muito fofa) capa. Isso sem mencionar que me apaixonei pelo título do livro e pela sinopse. Foi amor à primeira vista, com o perdão do trocadilho, e pouco tempo depois me encontrei na fila do caixa com este livro em mãos e certa expectativa correndo por minhas veias.

Apesar disso tenho que confessar que, mesmo ansiosa para ler, no fundo, eu não esperava muito deste livro não. Eu achava que seria repleto de clichês e afins; algo que eu gosto mas não considero extraordinário quando presente em excesso numa história. A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista foi um dos meus - muitos - casos de ler uma obra somente pela capa e/ou título. Não estava preocupada em me decepcionar.

Dito isso, para minha maior surpresa, me peguei virando as páginas uma atrás da outra sem conseguir parar de ler antes de chegar ao final; me identifiquei bastante com a Hadley e me apaixonei pelo Oliver; e torci pela felicidade dos dois, principalmente durante os inúmeros desencontros deles. É clichê, eu sei. E quando eu descobri a explicação do porquê o livro ter esse título, pensei: own... me apaixonei de vez. Achei incrível a esperteza da autora em criar uma linda história a partir de um título, ou seja, de uma frase solta. Na verdade, não sei se a intenção dela era essa mas, pelo que li e compreendi, este livro exemplifica e explica o seu próprio título. É bastante raro uma história me passar essa sensação de complentude e esse é um dos motivos de eu ter a favoritado.

A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista se passa em apenas 24 horas (apesar disso, não deixa pontos soltos), é narrado em terceira pessoa e possui alguns mini-flashbacks. Cada capítulo nos mostra a hora da Costa Leste - EUA - e de Greenwich - Inglaterra. Ele conta a história de Hadley, uma adolescente de 17 anos de idade que se encontra numa difícil situação: viajar para outro país sozinha para estar presente no casamento do seu pai com outra mulher. Mulher essa que ela não conhece mas já sente um enorme ciúme e um certo rancor. Contudo, devido a pequenas situações que a fazem se atrasar quatro minutos, ela perde o voo. Sim, apenas quatro minutos. E isso a deixa mais chateada do que já estava mas mal sabe ela que esses quatro minutos mudarão completamente sua vida.

Enquanto espera o próximo voo com Londres como destino no aeroporto de Nova York, Hadley conhece Oliver (preciso abrir um parênteses rápido aqui sobre o Oliver: não gostei muito do fato da autora em momento algum mencionar o sobrenome do garoto. Todos os outros personagens possuem sobrenomes exceto ele. Não sei se foi intencional ou não, mas senti falta dessa informação, por mais irrelevante que possa parecer). Hadley instataneamente se encanta com Oliver, um britânico fofo e divertido que, por coincidência, viaja no assento ao lado do dela no avião.

Hadley olha para ele pela primeira vez. Seu cabelo é escuro e meio grande demais, e há migalhas na frente da camisa, mas ele tem alguma coisa interessante. Talvez seja o sotaque que, com certeza, é britânico, ou a boca tensa, evitando um sorriso. O coração dela bate mais forte.


Hadley não queria ir ao casamento pois se sentia traída pelo pai e temerosa pela felicidade da mãe que foi arruinada, de acordo com ela. Porém, a própria mãe dela é quem insiste e a convece a ir. Na minha opinião, a Hadley resiste em não aceitar o novo relacionamento do pai (além do óbvio, é claro) por não conhecer a madrasta. Ela conhece Charlotte apenas quando esta entra na igreja, já vestida de noiva, pronta para casar com o pai dela. Eu nunca passei por uma situação dessas mas, para mim, a Hadley transforma a Charlotte em um monstro rápido demais sem dar a mínima chance de a conhecer antes de tirar conclusões.

Agora, o que mais me surpreendeu e me encantou foi o fato da relação Hadley-Oliver não estar centrada na história, não ser o destaque do livro, mas, sim, a relação dela com o pai. Me emocionei bastante com os flashbacks dos dois e com a relação e o vínculo forte que os unia antes da separação. Além disso, a autora conseguiu me surpreender ao adicionar certos eventos da história do Oliver, ou seja, o motivo dele estar voltando para seu antigo país é explicado. Eu não esperava esses acontecimentos e não irei mencioná-los aqui pois seria um tremendo spoiler. Só vou dizer que eles são determinantes no amadurecimento da própria Hadley ao longo do livro e que o Oliver é muito forte. Eu jamais conseguiria agir como ele agiu se estivesse no lugar dele.

- Bem, o dia de hoje está quase chegando ao fim. - comenta Hadley. [...]
- Isso significa que nos encontramos em 24 horas. - diz Oliver.
- Parece ser mais tempo.


A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista é um livro leve e curtinho, contudo sem ser bobo. Pode parecer ser clichê de certa forma mas, acredite, trata com leveza e uma dose de maestria assuntos complicados e difícies. Lá pela metade do livro temos uma pitada de drama. É fofo, bem escrito, nada bobo. É previsível sim, mas imprevisível também. É gostoso de ler, faz o tempo passar rápido. E entrou para os meus favoritos!


Adicione na sua estante!

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