Straight Boy | Alessandra Hazard N'O Reino Encantado de uma Leitora

Straight Boy | Alessandra Hazard

22 de set. de 2017




Por Larissa Almeida     
Em 22 de setembro de 2017

Jovem, loiro e bonito, Sage atrai atenção indesejada na prisão. Quando seu companheiro de cela oferece-o proteção, Sage aceita a oferta embora ele não confia no cara. Mal sabe ele como isso mudará a sua vida. Quando ele é liberado da prisão, Sage encontra a si mesmo precisando e querendo coisas que ele não deveria querer. Sage é hétero. Ele realmente é. Ele tem uma namorada. O que aconteceu na prisão permanece na prisão - ou é o que Sage diz a si mesmo. Até que ele encontra seu antigo companheiro de cela novamente. Xavier. O cara que ele odeia e anseia.
68ª Resenha do Reino Encantado

Garoto Hétero | 2014 | Straight Guys Livro 0.5 | Independente | 48 páginas
Minha opinião sobre este livro:

Sage levava uma vida normal, tem uma linda namorada, a Laura - com quem planejava se casar um dia -, um bom emprego e uma família bem estruturada. Até que num dia fatídico, ele acaba cometendo um enorme erro envolvendo uma grande quantidade de álcool, um carro e um pedestre azarado. Receita certa para um desastre. E não deu em outra.

Condenado a um ano na prisão para pagar pelo crime que cometeu, ele se sente completamente apavorado pois já tinha ouvido falar das histórias sobre o que os detentos faziam com os outros dentro do cárcere. Porém, mesmo apavorado, não tinha alternativas a não ser pagar seu débito com a justiça e a sociedade.

Meio constrangido e completamente arrependido, Sage se despede de Laura pensando se não seria melhor terminar o relacionamento deles graças à culpa que sentia por fazê-la esperar do lado de fora enquanto ele estava preso. Para ele, ela merecia alguém melhor. E, na minha opinião, ele está certo. O problema é que Sage se vitimiza a todo instante de forma quase patética, pensando apenas nos abusos que poderia vir a sofrer na cadeia e não na própria irresponsabilidade que o colocara lá; culpando seu companheiro de cela - seu protetor e carrasco, de acordo com Sage - pelos novos desejos que afloravam em seu ser.

Tinha momentos na leitura que dava vontade de entrar no livro e sacudi-lo até ele voltar à realidade. Eu até entendo o quão ruim é pensar na possibilidade de ser obrigado a fazer algo contra a própria vontade mas a paranoia dele é excessiva.

Por falar no companheiro de cela, ele se chama Xavier, um cara alto, musculoso e com uma aura misteriosa; o típico bad boy. Já no primeiro dia na prisão, Sage chama a atenção de Xavier por sua aparência física atraente. Uma parte que não gostei é que, assim como todos os outros personagens, Sage usa a própria beleza como desculpa para os olhares "cobiçosos" que recebe, o fazendo ser rebaixado a um simples pedaço de carne. Sim, ele é bonito e atraente, mas realmente precisa ficar mencionando isso a todo instante?!

Xavier é bastante respeitado - temido - na cadeia graças aos crimes que cometeu (em nenhum momento diz quais crimes foram esses mas fica claro que foram bastante graves) então faz de Sage sua propriedade, quase um escravo, o protegendo dos avanços libidinosos dos outros detentos, o que acaba atraindo ciúmes, intrigas e desconfianças. Sage não entende porque Xavier o mantem por perto (acredito que o próprio Xavier não entenda também) e se sente cada vez mais confuso com sentimentos contraditórios e desejos obscuros nunca antes sentidos.

Com os meses passando, Sage se vê cada vez mais entendiado graças a rotina monótona da prisão mas ao mesmo tempo mais confuso com seus sentimentos. Xavier se torna seu carrasco, o tratando como um objeto mas, ao mesmo tempo, seu protetor, deixando ninguém machucá-lo nem encostar nele. Após um ano de reclusão chega o tão aguardado dia de liberdade. Sage se vê livre para voltar à sua vida normal com sua namorada amorosa e paciente. Contudo ele não consegue se sentir o mesmo, se sentir bem e feliz. Com as noites intercalando entre insônia e intensos sonhos com um certo cara musculoso, Sage se deprime mais a cada dia.

Por vê-lo sofrendo tanto, Laura incentiva-o a procurar ajuda médica. Apenas querendo agradar sua namorada, ele aceita a recomendação apesar de achar que não tem nada de errado consigo. Mas em uma das seções Sage percebe o óbvio: ele precisa estar com Xavier novamente. Contudo qual seria a probabilidade disso acontecer? Muito pequena, certo?

Não há uma coisa como normal. Não há uma definição de normal. Normal é subjetivo. Você não pode - você não deve - forçar você mesmo a querer algo normal e parar de querer o que você verdadeiramente quer. A não ser que queira viver uma vida miserável.

Sage durante a maior parte do livro é uma junção de "não é você, sou eu" ao falar com Laura e "a culpa é sua, você me corrompeu, eu sou inocente" ao falar com Xavier. Porém, de um jeito ou de outro, ele não para de se vitimizar.

Straight Boy é uma típica história de um cara hétero que redescobre sua sexualidade, sente preconceito de si mesmo e joga a culpa no outro. É uma leitura fácil (apesar do tema) e rápida. No geral, eu gostei da história e do modo de escrita da autora, só não gostei do Sage. Ansiosa para ler mais livros dela.

Adicione na sua estante!

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